domingo, 4 de novembro de 2007

Observação na Atalaia - Sáb. 03/11/2007




Ontem, aproveitando a noite óptima de sábado, no fim-de-semana antes da Lua Nova, dirigi-me à Atalaia, tendo encontrado no recinto, por volta das 21:30, os companheiros de observação Francisco Gomes, Luís Evangelista e mais dois outros frequentadores esporádicos, um chamado David e outro que não fixei o nome. Um pouco mais tarde juntou-se a nós o Joaquim Rosa.


O céu estava muito bom e era possível observar muito bem a olho nu o cometa do momento 17P/Holmes, que se apresenta por observação directa como uma mancha circular difusa, quase como uma nebulosa planetária. A sua visão na ocular do Dob10" do Francisco e no meu N8" era pura e simplesmente estonteante. O detalhe leitoso e branco do núcleo e cabeleira circular é espectacular. Estava habituado à sua visão da janela de casa com o binóculo e com o AS4", mas o salto de detalhe e tamanho com o 8" é brutal. Lindo de se ver. Foi perfeitamente visível que o cometa apresenta do lado direito, pela visão na ocular, uma fronteira perfeitamente circular, sendo no lado esquerdo mais difusa a sua fronteira, mostrando claramente a direcção da sua cauda. Certamente o mais belo cometa que já vi pelo telescópio.





O planeta Marte era também um possível alvo a não perder, mas dada a grande distância a que se encontra, ainda tem pouco interesse em observação visual, sendo necessária grande amplificação para poder perceber a sua calote. É uma pena, pois as excelentes fotografias de Marte do Paulo Casquinha, deixam-nos maravilhados.


Gostei particularmente de visitar as belas galáxias na Ursa Maior e a célebre nebulosa no Touro, bem como a mais espectacular nebulosa em Orion. Os enxames de estrelas em Pupis e em Auriga também são de uma visão espectacular. E claro os belos enxames em Cassiopeia e Perseu e a magnífica galáxia de Andrómeda, um alvo que nunca se perde, sempre que é possível observá-lo.




Por volta das 02:00, já o Leão se erguia e a Lua ameaçava aparecer, o vento gélido começou a fustigar-nos a face e era a hora de arrumar e rumar a casa.


Esta noite foi curiosamente uma experiencia única, quase nostálgica, pois foi possível ter no recinto um grupo de entusiastas do céu, em alegre convívio, como nos bons velhos tempos, espreitando unicamente os objectos pela ocular dos telescópios.

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