segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Atalaia - 19-12-2009


A passada noite de sábado na Atalaia, ficou caracterizada pelo frio intenso que se fez sentir, bem como a ausência de humidade.
Cheguei ao local por volta das 22:30 encontrando-se o recinto já muito bem composto com muita gente e vários telescópios.

O frio fez das suas na duração das baterias e bem cedo a minha Heinhel portátil ficou a piscar, apesar de a ter carregado durante todo o dia. Na próxima vez, já sei que deverei proteger a bateria com um resguardo para evitar a acentuada perda de eficiência.

Fui para o recinto de observação acompanhado da Meade LXD75 e do tubo SN10" e ainda tive umas belas vistas do céu, tirando proveito da farta e suficiente abertura para o tipo de céu que se tem actualmente na Atalaia.

Como pontos altos da noite, refiro a observação de espectros de estrelas em gama de Cassiopeia e em Orion (M42), através de um filtro especial (espetroscópio) montado numa ocular no Obsession do Alberto, que junto com o José Ribeiro, tentavam captar o interesse nesse tipo de estudos da luz das estrelas. É uma visão muito interessante, a observação visual da decomposição das linhas de absorção da luz das estrelas, desta forma única e simples. Gostei. Também gostei muito de ver a M42 totalmente cheia de detalhe na grande abertura do Merak 18" do Paulo Mesquita, bem como no Meade 10" do Luis Evangelista e no C8 do Ahlberto. O Mak do Francisco Gomes, naquela montagem giro, dá sempre boas imagens de Marte. Ainda espreitei pelo Mak do Eduardo Miranda e por um pequeno ETX75 que penso pertencer ao Luis Ramos. O Rui Branco e o Luis Campos tinham os equipamentos a captar fotões em longas exposições e havia mais pessoas noutros telescópios e em animadas conversas.

Ainda tirei bastante proveito da noite, tendo observado com o SN10 os planetas Marte e Saturno e bastantes galaxias e algumas nebulosas e enxames; M31/M32/M110 em Andromeda, M42 em Orion, M46 e NGC2438 em Puppis, M81/M82 na Ursa Maior, M65/M66 e NGC 3628 no Leão (o célebre Trio de Leão) e M95/M96 e M105 no Leão. O céu estava com um contraste muito pobre, não sendo estes tripletos no Leão observados com grande contraste.
Foi em suma uma noite muito fria, mas agradável, tendo saído do local perto das 02:15.
Aqui ficam algumas imagens tiradas captadas com a reflex digital.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Atalaia - 11-12-2009


A observação nocturna na Atalaia, ontem dia 11-12-2009, ficou assinalada pela data em si "onze do doze"! Bem visto, foi também "doze do doze", pois já sai de lá "hoje". Na quarta-feira 12-12-2012, espero estar lá também para observar e celebrar o céu e a camaradagem. E camaradagem foi o que encontrei na noite passada, além da boa disposição e espontâneo partilhar do local e de conhecimentos e experiências.


Cheguei já perto da 21:30 e o local já estava bem povoado, como o pessoal a armar as montagens e telescópios.
O céu estava atravessado de filamentos de nuvens, sobretudo a Oeste, deixando livre um grande zona de Sudoeste a Nordeste. Orion já estava alta e havia muita coisa para observar.
A noite apresentou-se muito húmida também e um pouco fria, quando cerca das 23:30 começou a soprar um vento ligeiro e gelado.


Levei para observar, a Meade LXD75 e o SkyWatcher Maksutov 127mm e testei nele a nova diagonal dieléctrica da William Optics, tendo dado descanso ao SN10, depois do banho de humidade da noite anterior. Fiz tambem testes com a nova objectiva Samyang 8mm F3.5 Fish-Eye CS, na Canon 350D.


Após alinhar a montagem e equilibrar o tubo e alinhar o autostar, dei um chuto na bateria Einhel e esta desligou-se. Tinha um fusível de 15A e fiquei em blackout. A sorte foi o Rui Branco ter um fusível de 10A sobressalente e mo ter dado. Obrigado Rui.

Fiz a montagem do Kendriks e das fitas aquecedoras na ocular e no buscador e muito úteis foram, só que drenaram a bateria, que já não levava carga à uns meses e já perto do fim da noite o controlador desligou.



A noite ainda mostrou muita coisa, quer nebulosas em Orion e no Touro, enxames de estrelas no Cocheiro e no Caranguejo e galáxias na Ursa Maior. O planeta Marte também deu umas vistas definidas, mas não com muito detalhe. Ainda observei algumas estrelas duplas usando a funcionalidade do catálogo de busca do Autostar.

Foi uma noite em suma muito interessante e foi bom conhecer alguns companheiros do hobbie, com quem normalmente só trocamos mensagens nas listas e fóruns. A vivacidade do Francisco e do Paulo Mesquita é sempre uma maravilha de assistir. E claro, fiquei muito contente com a objectiva Samyang 8mm, deixando aqui fotos tiradas com ela.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Atalaia - 10-12-2009

Ontem, foi realmente uma noite muito enganadora na Atalaia e que se traduziu num fracasso para observação astronómica. A noite até não parecia má a olho nu, com Orion e o Cocheiro já altos e Marte a colocar-se a jeito. Foi até uma noite muito farta em meteoros, tendo visualizado mais de 20 certamente, em cerca de 3 horas que lá estive.
A temperatura estava baixa, por volta dos 6-8ºC e mal cheguei ao local, por volta das 22:30, tive que colocar logo o casaco térmico e o gorro.

Montei a LXD75 com o SN10 e após verificar o equilíbrio da montagem, descobri que necessito de um contrapeso adicional. O Francisco lá me desenrascou um que tinha e não necessitava. Terei que comprar mais um peso de haltere (...).
Depois apontei a Marte e verifiquei a bela instabilidade que reinava na atmosfera. Com o tubo ainda quente e saído do carro, a imagem dançava literalmente e não tinha detalhe nenhum, sendo até muito difícil de focar. Usei a ocular Zoom da Baader e depois a Nagler 12mm, mas a dança e irregularidade permaneciam.
Apontei depois a Orion e a M42 até dava uma imagem de jeito, muito filamentar e leitosa, apesar das estrelas mostrarem ligeiros cometazinhos, o que queria dizer que a colimação do tubo curto, necessitava de um ligeiro ajuste. Pouco a pouco, a imagem de M42, foi ficando cada vez com menos detalhe e até parecia dissolver-se. Verifiquei as lentes e, claro está, já a humidade tinha feito das suas. Lá fui instalar o kendriks na ocular, mas na lente correctora, não havia nada a fazer. Não tinha dew-shield, nem a fita kendrik para o tubo. Ainda roguei umas pragas ao Paulo Mesquita por não ter ido e levado a dita cuja (...), mas os dados já tinham sido lançados. Depois foi um banho literal e o tubo ficou encharcado e deixou de poder observar-se fosse o que fosse.

No Maksutov do Francisco, ainda deu para espreitar um Marte definido e com ligeiro vestígio da calote, fintando por vezes as contorções turbulentas na atmosfera.
No N8 do Rodrigo, ainda espreitei para a M1 e não conseguimos ver M82 e M83, apesar das tentativas frustradas. Manusear um newtoniano numa montagem equatorial e sem buscador, perto do eixo polar, é uma tarefa árdua. O buscador Rigel quick-finder, faz mesmo muita falta e mostrou ser um amigo indispensável.
No seu cantinho, o Rui Branco fazia os seus testes e ajustes e experiencias com o seu novo equipamento e não sei se chegou a fazer alguma captura. Penso que não, pois a noite não estava para essas andanças.
Desmontei depois o equipamento rumei a casa, por volta das 01:30.

Em casa vi aquilo que nunca tinha visto. O SN10 ainda estava embaciado e não só por fora, mas também por dentro!... A lente correctora estava embaciada no interior e no exterior. Via-se muito bem à medida que desembaciava a velocidades diferentes, a humidade nas duas faces da lente. Espreitando para o fundo do tubo, também o primário estava coberto de humidade. Nunca tinha visto uma coisa daquelas. Deixei o tubo a noite toda a descongelar na horizontal e com o focador destapado, para uniformizar a temperatura interior com a a exterior e hoje já estava bom. Estamos sempre a aprender.

Mas, o teste que queria fazer correu bem. Queria verificar como se comporta a LXD75 com o SN10 em cima e posso dizer que aguenta bem com ele. Para observação visual, apesar das folgas, com o tubo bem equilibrado a montagem move-se muito bem e nem se notam esforços nos motores.